Páginas Marrons

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Herói sem capa



Pego meu casaco e saio para mais um dia de trampo. Sou pobre. Bem pobre, mas quando pego meus trecos e  me “armo” para trampar me sinto quase onipotente. Tem carinha ai que tem tudo na mão. Eu não. Eu ralo e só sobra pra cerveja e pro cigarro. Mas ninguém sabe. Eu  poderia ser  um construtor, construtor de sonhos. Os meus sonhos claro, já que eu tenho uma imagem tão construída. Não sei como ninguém nota, ponho uma puta panca de popular e fico na net a vira-latar. Mesmo tendo alguém comigo tem algo que eu não quero perder. Meus desejos. Meu desejo da riqueza, que eu maquio a pobreza até elas ficarem juntas, juntas até a próxima chuva.Uma chuva de dentro para fora, de baixo para cima. Ah as vantagens que eu conto, os personagens  que eu interpreto acho que  essa é a verdadeira malandragem. Jogo de cintura. Por outros no bolso. Fazer do coitado no avatar de Superman,kdo tipo, apanho, mas não choro. Choro encolhido ao ver o terror de homem que sou, terror do .  fracasso.. Junto migalhas de outras pessoas, estufo o peito e dou lições de moral. Tenho uma espada afiada para punir os maus, os vagabundos, mas poupo meus amigos da cerveja. Um roubou aqui, outro ali, abusou de uma menina. Ai de quem  discorda de mim, vai provar meu aço.

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